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Dessa vez o estádio escolhido para dar sequência a nossa série, Estádios da Copa, é o Al Bayt, construção que fica na cidade de Al Khor, cerca de 50 km ao norte de Doha, e foi palco da abertura da Copa do Mundo, com a partida entre Qatar e Equador.
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O estádio leva o nome das bayt al sha’ar, que eram tendas usadas historicamente pelos povos nômades do Qatar e da região do Golfo Pérsico. O design faz homenagem ao passado e ao presente do país, sem perder de vista o futuro da comunidade. Cobrindo uma área superior a 30 campos de futebol, o Parque Al Bayt conta com amplos espaços verdes, áreas de lazer e equipamentos de ginástica, assim como pistas de corrida, ciclismo, equitação e passeios de camelo. Além disso, o local abriga terrenos poliesportivos abertos ao público.
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O estádio tem um formato de concha assimétrica, proporcionando que a estrutura da tenda e o teto retrátil oferecessem aos visitantes o máximo de sombra possível. Sendo assim, existe assentos cobertos para todos os espectadores. Nele também existem luxuosas suítes de hotel e quartos com varanda com vista para o campo de futebol.
Conectado a diversos sistemas de transporte, o estacionamento no local tem capacidade para 6.000 carros, 350 ônibus e 150 ônibus públicos, além de 1.000 táxis e táxis aquáticos.
Tem capacidade para cerca de 60.000 torcedores, incluindo 1.000 assentos para a imprensa. Foi palco de 9 jogos, encerrou sua participação no último dia 14, na partida entre França e Marrocos pelas semifinais.
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O anel superior modular será removido depois do torneio e os assentos serão reutilizados na criação de instalações esportivas no Qatar e no exterior. Após o Mundial, o saguão superior do estádio será convertido em diversas dependências. O patamar dos camarotes será transformado em um hotel cinco estrelas, enquanto um centro de compras com praça de alimentação, academia e salão multiuso será incorporado ao prédio. Também será aberto no local um importante hospital de medicina do esporte.
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O estádio é certificado por suas credenciais de sustentabilidade no Sistema de Avaliação de Sustentabilidade Global (GSAS) por uma série de certificações que representam design e construção sustentáveis, práticas de gerenciamento de construção e a eficiência de seu centro de energia. O estádio também recebeu uma classificação GSAS de cinco estrelas.
Infelizmente, dentre tantos pontos positivos, seja pelo show de engenharia ou pelos visuais completamente deslumbrantes, existe também a exploração de mão de obra na região árabe, incluindo para os estádios da copa.
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Apenas como um resumo da situação, de acordo com a Anistia Internacional, “condições desumanas teriam prevalecido durante a construção do estádio al-Bayt em al-Khaur”. Diz-se que vários trabalhadores estrangeiros não recebem salários por sete meses. Houveram, também, denúncias quanto a trabalhos forçados, agressões de trabalhadores por seus superiores e ambiente inseguro, acarretando até em acidentes fatais.
Entretanto, a FIFA limitou-se a dizer: “Estamos cientes de que foram detectadas violações das regras para os trabalhadores em relação à empresa TAWASOL, subcontratada na construção do Estádio Al-Bayt”.
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